Depois que o atual CEO da Microsoft, Satya Nadella, veio a público falar sobre um dos seus maiores erros em não ter lidado da melhor forma com o sistema operacional para celulares, o Windows Phone, um ex-chefe do Windows Phone Developer Experience revelou mais detalhes sobre a causa da descontinuação do SO.
Em resposta a um post de Tom Warren, no Twitter, Brandon Watson diz que o desinteresse de operadoras de telefonia nos Estados Unidos e em alguns países da Europa foi muito forte, ao ponto da companhia não conseguir atrair a atenção de vendedores.
“Estávamos travando uma batalha difícil tentando fazer com que as operadoras apresentassem nossos celulares aos vendedores. Você simplesmente não vai ganhar se tiver aparelhos uma geração atrás da Samsung, da LG, etc. Esse foi o principal motivo pelo qual tivemos que comprar a Nokia”.
Contudo, nem mesmo o renome da Nokia foi suficiente para garantir um espaço para a Microsoft. “Tirar os vendedores do movimento do iOS era quase impossível para as vendas nas lojas”
“Eles nos davam uma certa atenção inicialmente, mas com uma ou duas semanas perto do lançamento [de novos celulares], e então éramos empurrados para o canto da loja”
O ex-chefe do Windows Phone admite que um dos motivos disso acontecer era a fraqueza da loja de aplicativos do Windows Phone. É quase que inevitável o desinteresse do consumidor final quando você tem uma plataforma que não disponibiliza aplicativos importantes, como de bancos ou aqueles joguinhos oficiais para passar tempo.
“Tínhamos vários dos principais aplicativos, mas se você não tinha aquele app importante que o vendedor usava no top 50, aquele efeito cascata era inevitável”, explicou Watson.
A verdade é que o Windows Phone chegou um tanto atrasado do mercado de celulares, mas este não foi o principal causador de sua decadência, pois em cima disso a Microsoft também fez uma restruturação na arquitetura do sistema na migração do Windows Phone 7.8 para o Windows Phone 8.
Isso trouxe grandes decepções tanto aos consumidores quanto aos desenvolvedores que tinham que resinscrever seus apps e jogos para uma plataforma que não estava bem estabelecida no jogo de sistemas operacionais móveis. Esse foi o fator decisivo para o sistema não ter uma gama generosa de aplicativos entre 2013 a 2015.