A Coreia do Sul é lar de duas das mais expressivas companhias de eletrônicos dos últimos anos. Concorrentes natas, brigam pela atenção do consumidor ao redor de todo o globo, apresentando por muitas vezes uma rivalidade positiva ao mercado ao ponto em que uma busca sobrepor a proposta da outra. Ainda que a Samsung e LG venha em passos similares em boa parte dos seus negócios, a vantagem da azulzinha no mercado de smartphones é notável.
Enquanto uma detém mais que a metade das vendas de dispositivos Android, a outra vem ao longo dos anos tentando estabelecer uma proposta convincente, com métodos que muitas vezes não parecem andar de mãos dadas com a lógica.
Atormentada pelo sucesso da rival, a LG passou por diversas fases onde buscou em alguns momentos uma identidade própria, em outros uma diferenciação e destaque e em outros uma “inspiração” no portfólio adversário. Obviamente, na maioria das vezes isso não deu muito certo…
LG Optimus L3 II
Bastante conhecido pelo mercado brasileiro, o aparelho de baixo custo até se parecia caro para o pouco que oferecia. Munido de uma tela pequena demais, pouca memória disponível e uma câmera porca, era necessário um nível baixíssimo de exigência para considerar o aparelho interessante. O seu design não contribuía, ao passo em que bordas exageradas e pouco expressivas não ofereciam destaque ao aparelho “quadradão”.
LG Optimus Vu
Apesar de oferecer em sua proposta certas características que hoje são bem vistas, o Optimus Vu não teve um bom momento de mercado. Com uma tela de 5 polegadas (considerada grande para a época) e notável memória de 32GB o dispositivo apresentava baixa ergonomia com um corpo muito largo e bordas estranhas, tornando pouco atrativo e de difícil manuseio. É importante destacar também a interface: a customização da LG era um dos grandes empecilhos para uma boa experiência.
LG G Flex
Uma das maiores apostas para os lançamentos dos últimos anos são os dispositivos dobráveis, mas eles não são exatamente uma novidade. Ainda que não represente nada próximo ao que estamos vendo nos dias de hoje, o G Flex tinha a proposta de ser um dispositivo curvo com a capacidade de dobrar-se de forma leve, supostamente fornecendo maior ergonomia e resistência ao aparelho.
Na prática não era bem assim, já que um aparelho em formato de banana não parecia muito aceitável aos bolsos, assim como a sua propriedade de dobrar-se não apresentava real utilidade no dia a dia.
LG 1010
O LG 1010 tinha tudo para ser apenas um simples dispositivo de flip, com uma configuração e design medianas para época se não fosse um erro critico. Apesar de possuir um corpo excessivamente grosso e não contar com câmeras devido ao seu baixo custo, o grande problema estava em um erro que fazia com que o dispositivo perde-se o sinal de operadora e jamais voltasse a recuperar.
Sim, tratava-se de uma falha que causava a inutilização completa do telefone, sem nenhuma possibilidade de reparo. Em um dos casos relatados, o usuário sofreu com a falha apenas duas horas após adquirir o aparelho.
LG DoublePlay
Ao olhar para o DoublePlay é inevitável não pensar nos portáteis de duas telas da Nintendo como o Nintendo DS e 3DS, já que de fato, a ideia da LG era muito similar a proposta por estes consoles. Uma segunda tela capaz de oferecer conteúdo extra parecia muito interessante até notar-se que não havia suporte do próprio sistema para uma utilização decente do recurso.
Não era preciso usar o telefone por muito tempo para notar que a tela só servia para tornar a utilização do teclado QWERTY extremamente desconfortável.
Sempre a sombra…
Mesmo estando sempre com muitos olhos voltados sobre seus lançamentos, a LG nunca ocupou uma posição de dianteira no mercado de celulares, seja na era dos Smartphones ou Dumbphones. Isso para não mencionarmos seu fracasso recente ao lançar em 2016 o LG G5 com proposta mal feita de celular modular.
Uma das companhias que mais experimenta e curiosamente uma das que menos acerta em empreitadas alternativas, pode-se dizer que o excesso de falhas e a escassez de acertos tornaram a sul coreana uma eterna coadjuvante.