Não precisa ser um analista para perceber que “custo benefício” é o ponto de maior relevância para o mercado brasileiro. Com uma das populações mais ativas em redes sociais e extremamente interessados em dispositivos cada vez mais potentes, o crescente no mercado de smartphones sofre apenas com os valores surreais, em reflexo ao altos impostos. Deste modo, a maioria dos consumidores está sempre a procura das ofertas em que possam pagar menos levando mais.
Ainda que muitas companhias prefiram focar suas estratégias no luxo e status dos seus produtos, para outras o planejamento segue o caminho inverso. Um dos exemplos mais claros está na linha Moto G, que desde a sua primeira geração vem obrigando que os seus concorrentes se alinhem ao nível de qualidade, mantendo o custo “acessível”, sendo a principal responsável por garantir um posto de liderança para a Motorola em mercado nacional. Contudo, esse reinado pode estar ameaçado…
O retorno da chinesa
Famosa por utilizar uma estratégia similar, a Xiaomi vem construindo ao longo dos anos uma excelente reputação com o seu portfólio de aparelhos altamente potentes e atrativos, principalmente por possuírem em sua grande maioria, preços bem mais acessíveis que os praticados pelas suas concorrentes. Deste modo, a chinesa se tornou uma das marcas mais procuradas pelo consumidor brasileiro interessado.
Mesmo que claramente trabalhe sob a formula de sucesso para o mercado tupiniquim, em sua tentativa inicial para iniciar suas ações aqui, a marca não obteve grande sucesso. Isso porque optou por uma estratégia confusa, oferecendo apenas um aparelho de entrada com configurações medianas a um preço razoável, sem grandes apresentações ou ações que impulsionassem a sua venda. Aliada a esta chegada morna, a falta de novidades nos meses seguintes, acabaram culminando no abandono deste mercado pela marca.
Contudo, novos rumores apontam pela volta da chinesa, que tem ganhado grande popularidade com a comercialização dos seus aparelhos mais famosos através de parcerias com grandes varejistas, como as Lojas Americanas, por exemplo. Tendo seu nome cada vez mais disseminado entre o público convencional, o cenário pode estar cada vez mais favorável para o seu retorno.
Porque existem tantos Mi fãs?
Os produtos que Xiaomi entregam não são apenas baratos. Muita gente é apaixonada pela MIUI e pelo acabamento Premium que ela usa nos smartphones. A xiaomi, diferente da Motorola e LG, é conhecida por fazer celulares bem feitos, com uma ínfima porcentagem de aparelhos que de fato deram algum tipo de problema, diferente dos celulares da Moto By Lenovo que sempre tiveram problemas crônicos na bateria/tela/software e os da LG que também tem vários problemas, que preferimos não mencionar agora.
Com relação a fidelidade, o pessoal só compra Motorola hoje em dia por puro comodismo, e por não ter algo tão bom e pelo mesmo preço, ou preço menor, nas lojas. As pessoas já estão se tocando que a Motorola ultimamente tem decepcionado em alguns pontos. Então Sim, a Xiaomi parece ser sim uma ameaça para Motorola, Asus, LG, e até mesmo para a Samsung.
Apesar de haver um crescente número de adeptos pela MIUI, levando em consideração que esta é uma interface melhor otimizada do que as outras interfaces de smartphones, o maior motivo para gostarmos de utilizar Xiaomi é realmente a questão custo x beneficio, o fato de ter aparelhos bem construídos, com bom desempenho e um preço bem acessível.
Essa diferença de preço e características que existe entre um Redmi Note 7 e um Moto G7 Plus me fez pensar que não é apenas taxa do mercado nacional que são aplicadas sobre o produto, mas sim estrategias de venda que visam lucrar mais com hardware e menos com software e isso talvez é o que mais interfere no preço dos dispositivos de marcas como Apple e Samsung.
Por outro lado, a xiaomi tem uma base muito grande de usuários na china e da pra perceber facilmente que seu lucro está diretamente relacionado a sua loja local, eles ganham mais por cima dos Apps vendidos lá do que vendendo seus próprios smartphones.
Esse tipo de estratégia é melhor para o consumidor, mas não é funcional para a marca aqui no ocidente onde temos a Play Store, por isso creio que a melhor estratégia de venda para a marca é continuar atingindo no ocidente por meio de importação e terceiros e conforme a base de usuários da MIUI aumenta, eles trazem os aparelhos mais famosos para vender por aqui.
Hora de virar o jogo
Já está claro que brasileiro gosta de preço baixo e alto ganho, mas isso não quer dizer que a confiabilidade não seja um ponto relevante por aqui. Assim como visto anteriormente em nosso mercado, marcas pouco conhecidas tem grandes dificuldades de conquistar o público. Estando mais familiar ao comprador comum, a Xiaomi adquire uma maior probabilidade de sucesso.
Outro ponto de destaque está sobre a hegemonia de gigantes bem estabelecidas como Samsung e Motorola. Ainda que pareçam intransponíveis em seus estados de liderança, basta olhar para o passado das duas para se ter a ideia de que esta posição não é estática.
Se hoje a Motorola supera a sul-coreana em vendas, deve isto ao sucesso obtido nos últimos anos por aparelhos marcados em seu custo-benefício, e nada impede de que outra marca obtenha sucesso similar seguindo o mesmo caminho.
Deste modo, fica a dúvida: “o retorno da Xiaomi pode realmente ganhar atenção do mercado?”, tudo indica que sim. Com um posicionamento extremamente favorável aos desejos do consumidor brasileiro, a marca pode realmente trazer um grande desconforto aos seus concorrentes caso saiba como tornar a sua presença notável.
Caso realmente desembarque por aqui novamente, a estratégia adotada pela chinesa pode mostrar se conseguiu aprender realmente como atuar no nosso mercado ou não.
2 Comentários
A Xiaomi, presente de forma oficial ou não, está mais forte no Brasil do que LG e Asus, que são as que estão mais sentindo a presença dela.
Pra chegar na Motorola ou Samsung, ela ainda vai ter algum trabalho, mas a terceira posição em vendas (oficiais ou não) certamente já é dela.
Até concordo com a matéria mais se tratando da xiaomi ela pode ir embora novamente pelos altos encargos de impostos,já a Motorola já está a muito tempo no mercado nacional com seus fiéis clientes… assim como Samsung e LG tambem