Os Correios enfrentam uma de suas piores crises. A empresa inclusive encerrou o e-sedex e aumentou os preços de fretes de compras. Contudo, se você está acostumado a fazer compras online, sabe que o serviço muitas das vezes deixa a desejar. Seja por atrasos, problemas na logística ou até greve de funcionários, que inclusive começaram uma na última terça-feira (20/09). Com isso, observando a situação da empresa, parece que a solução encontrada pelo governo de Michel Temer é privatizar o serviço, foi o que declarou o secretário geral da presidência, Moreira Franco.
Ele que integra a comitiva do presidente em Nova York, declarou ainda que a venda dos Correios já se encontra em estudo, mas que precisa ser feita “com muito cuidado”. Com isso, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos pode entrar na lista de estatais a serem privatizadas pelo governo que já conta com a Eletrobras, Casa da Moeda e Infraero. Moreira Franco ainda declarou:
“A situação financeira dos Correios, pelas informações que o Ministério do Planejamento tem e nos passa, é muito difícil. Até porque, do ponto de vista tecnológico, há quanto tempo você não manda telegrama? As pessoas perderam o hábito do uso da carta”
A informação irritou a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect) que desde terça-feira (20/09) lidera uma greve dos funcionários da estatal em busca de um reajuste salarial de 8% e correção inflacionária. O secretário geral da Fentect, José Rivaldo da Silva declarou:
“Somos contrários à privatização. A verdade é que não existe vontade política do governo federal de melhorar a empresa, o que querem é entregar os Correios a preço de banana”
A estatal que é presidida por Guilherme Campos, ex deputado federal de São Paulo, está vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, comandado pelo ministro Gilberto Kassab que já havia se manifestado antes sobre o assunto.
“A privatização é uma hipótese forte com esse buraco que ai está. Privatizar ou não vai ser uma decisão de governo. Estamos fazendo um esforço para recuperar a empresa. O rombo, quando a gente assumiu, era de cerca de R$ 2 bilhões por ano. A situação está melhorando. Estava morrendo na UTI, agora continua na UTI, mas não está morrendo”.
O presidente da empresa Guilherme Campos, que ficou sabendo da declaração de Moreira Franco pela imprensa, declarou ao jornal O Estado de S.Paulo.
“A missão que me foi dada pelo ministro Kassab é a de recuperação da empresa e não existe um encaminhamento para privatização. Agora, se nada der certo com todos os esforços para sanear a empresa, o governo pode e tem todo o direito de mudar essa orientação”.
O fato é que, recentemente na tentativa de sair do buraco os correios laçaram até uma operadora móvel. Mas ao que parece, a qualquer momento os Correios podem entrar no radar das privatizações do governo de Michel Temer. Vamos aguardar o desenrolar da história para saber se a empresa realmente será privatizada.