Mesmo sem o auxílio de um sistema operacional próprio nas linhas de frente, a Microsoft continua extremamente interessada no segmento móvel. Esta nova fase da empresa indica que o filosofia “Mobile First, Cloud First” está mais viva do que nunca, mesmo que o seu significado tenha sofrido algumas adaptações com o decorrer do desempenho dos seus projetos.
Com um olhar mais amplo, a Microsoft passou a olhar para o mercado móvel como um todo, diferente do que é feito pelas outras companhias de software. O plano não está mais ligado a oferecer um ecossistema baseado em um produto Windows, e sim um conjunto de serviços que possam trazer a presença do Windows a qualquer aparelho ou sistema que você venha a utilizar. Estes conceitos são reforçados pelas palavras de Joe Belfiore, que após um longo período de férias, volta a responder sobre os planos da Microsoft.
“Vamos continuar a apoiar o Windows Phone” , afirma o engenheiro. “Mas o Windows está abrindo suas fronteiras um pouco, em reconhecimento da realidade que as pessoas estão usando vários dispositivos rodando em uma variedade de sistemas operacionais“.
Belfiore lembra que o Windows 10 tem o objetivo de tornar as pessoas mais produtivas e criativas e que o foco dos seus serviços deve estar alinhado ao padrão de uso do consumidor, que relaciona-se a diferentes dispositivos. “O Windows é uma plataforma que impulsiona a experiência em toda uma gama de dispositivos,” afirma. “Vivemos em um mundo altamente diversificado“.
Para Joe, o Windows pode ser encarado como o “centro” que conecta todos os seus dispositivos. Isto pode ser compreendido com ferramentas como o Microsoft Graph, que basicamente funciona como um sistema para rastrear as interações e relação entre seus arquivos, aplicativos e dispositivos, permitindo a interação e alinhamento de apenas um banco das informações entre eles, sejam iPhones, Androids ou PCs com Windows; ou até mesmo as funções da Cortana entre diversos sistemas.
Introducing the Microsoft Fluent Design System! Draw the right focus to the right thing at the right time. #MSBuild pic.twitter.com/tzHRAb4Pm0
— Windows Developer (@windowsdev) 11 de maio de 2017
Uma vez que a interação digital tem estado muito além de apenas computadores e smartphones, Belfiore fala sobre a importância sobre a evolução do conceito do Windows, com a necessidade de tornar os seus sistemas e serviços cada vez mais adaptáveis e preparados para as mudanças dos padrões dos consumidores e das configurações do mercado em si. Pensando nisto, a Microsoft vem trabalhando no “Fluent Design System” que visa tornar o Windows pronto para as novas tendências e possibilidades, que surgem à medida que o alto processamento fica mais acessível, nuvens ficam mais poderosas, a inteligência virtual se torna mais qualificada e a realidade virtual atingível.
No geral, podemos dizer que o Windows está mais próximo das tecnologias “concorrentes” que já esteve antes em sua história. Ao invés de competir diretamente com outras plataformas, a Microsoft encontrou um modo de estar presente para todos os tipos de usuário, os conectando em sua essência ao seu principal produto: o Windows.
Caso olhe em volta, notará que esta estrategia não é tão diferente do que tem sido almejado por empresas como o Facebook e Google através dos seus últimos lançamentos, demonstrando uma tendência voltada para a amplificação do foco no mercado tecnológico. É como se o conceito de ecossistema tivesse sido largamente expandido, para além das barreiras atualmente conhecidas.