É, finalmente ele está entre nós. O Windows 10 mobile chega finalmente ao usuário final, saciando a sede da comunidade pela grande novidade, afinal, esse é um passo necessário e esperado a mais de um ano. Contudo, diferente do que era aguardado, esse não é de fato o fim das polêmicas, mas sim o ápice delas.
Promessas, informações soltas e problemas de comunicação. Esses tem sido os grandes erros da gestão da Microsoft com o seu sistema operacional móvel desde os seus primórdios. Quem não se lembra da decepção geral após o anuncio de que os aparelhos com Windows Phone 7 não receberiam o update para a versão 8?
Após esconder de toda a comunidade que o desenvolvimento do Windows Phone 8 já tinha se iniciado antes mesmo do lançamento da versão 7 e que o mesmo teria uma arquitetura totalmente diferente (impedindo qualquer meio de atualização através da “versão anterior”), a Microsoft justificou-se afirmando que a versão 7 tinha objetivo de “estabelecer uma nova abordagem de experiência de usuário e começar a criar um ecossistema para os desenvolvedores”. Dessa forma, a empresa tentou “desculpar-se” oferecendo apenas um update estético e paliativo conhecido como Windows Phone 7.8. Se você não se lembra do caso do Windows Phone 7 Series, não te culpo, a maioria dos usuários dessa época não estão mais entre nós.
Que a gigante de Redmond tem um sérios problemas com a gestão do seu Marketing é um fato conhecido, mas pouco se fala sobre os sérios problemas de comunicação da empresa. Nos acostumamos a ter pouquíssimas notas oficiais e a receber novidades e afirmações relacionados aos imprevisíveis movimentos da empresa através de simples tweets de funcionários e especulações e vazamentos de sites “especializados”.
O maior defeito dessa metodologia falha sem dúvidas é a falta de confiabilidade que essas informações passam – sendo vindas de um funcionário de alto cargo, um “vazador profissional” ou de um “ex-funcionário misterioso” – que acabam alternando do estágio de certeza para engano de forma incrivelmente rápida. Os casos mais comentados sem dúvida foram as diversas datas de lançamento do Windows 10 Mobile, que após ser datado para outubro, dezembro, fevereiro chegou a nós no mês de março sem nenhum aviso oficial, mas como poderíamos esquecer da tão aguardada Cortana que desembarcaria aqui até o final de 2015?
Ainda assim, esse erro é reflexo das ações oficiais de comunicação da empresa também. Após acompanhar as novelas dos casos do Xbox One, do corte do armazenamento ilimitado e gratuito do Onedrive e finalmente, a exclusão de grande parte dos aparelhos da lista de compatibilidade ao Windows 10 mobile após a alegação de que “todos os aparelhos com Windows Phone 8 receberiam o update” foi o ponto que faltava para demonstrar a grande deficiência desse braço da empresa. Seria então descaso? falta de interesse? problemas estruturais? desrespeito ao consumidor?
Hoje vivemos em um mundo imediatista, onde tudo evolui muito rápido, tudo está extremamente conectado e o consumidor tem opções para todo o lado que ele olhar. A Microsoft precisa entender esse conceito de uma vez e entender que a metodologia utilizada com a sua gestão de softwares para desktops não funcionará no rápido e competitivo mundo mobile.