Temos visto muitas pessoas em um grande número reclamar da intensidade de sinal da TIM em algumas regiões, especialmente quando se trata de acessar a rede de dados através do 3G dessa operadora. A surpresa é que não existe uma lista de problemas para isso e na verdade, é até fácil resumir o porquê do nosso 3G ser tão ruim.
Acredite, o motivo principal pela baixa qualidade do serviço somos nós mesmos. A questão é que as operadoras não estavam preparadas para o crescimento descontrolado da demanda por uso de dados nos telefones celulares. Além disso, o número de usuários também cresce diariamente. Se antes acessávamos basicamente e-mails e algumas páginas mais leves, hoje o conteúdo é muito mais pesado, isso é, são muitos streamings de vídeos, por exemplo. Sem falar que estamos o tempo todo conectados em redes sociais.
De acordo com alguns representantes da empresa, a infraestrutura não acompanhou este crescimento. Se você considerar que a AT&T, nos EUA, sozinha, tem mais ERBs do que as cinco maiores operadoras brasileiras numa área geográfica parecida, notamos que há muita carência, afirmou João Lopes Neto.
O que são ERBs
Essa equação não está só nas mãos das operadoras, que afirmam investirem cerca de 20% da sua receita líquida em melhorias na rede. O problema principal são as Leis restritivas, que proíbem a instalação de novas antenas em determinados lugares. E a burocracia do nosso país a faz com que cada município possa criar sua legislação sobre instalação de antenas. Hoje, uma licença ERB leva de 12 a 18 meses.
Mas ainda assim, as novas estações rádio base instaladas Brasil a fora não seria resolvido. Isso porque continuaríamos com um 3G ruim (pra não dizer péssimo). E a razão é que uma torre a mais não iria resolver o problema de grandes concentrações. A forma mais saudável a se solucionar o problema seria de investir em uma tecnologia de maior capacidade, esta seria o 4G.
A situação é ainda mais complicado que se imagina, pois a banda larga móvel de terceira geração não está entre o smartphone e a antena, mas sim na infraestrutura para transportar esse enorme volume de conteúdo consumidos. O fluxo de dados é superior a capacidade de transmissão. E se não for resolvido, o 4G também não conseguirá mudar esse cenário. Afinal, a tecnologia de banda larga móvel de quarta geração só altera a capacidade entre o smartphone e a estação rádio base.
Só nos resta torcer para que um novo governo faça a diferença em alguns setores e desburocratize o lado das operadoras para que estas consigam fazer seu trabalho, talvez assim possamos ter um 4G um pouco menos “quebrado” do que o legado deixado pelo 3G dos brasileiros.